segunda-feira, 16 de maio de 2011

Priorizar, ganhar e perder.


Esse período em que tenho vivido tem me feito pensar muito no que há além de mim. No que eu plantei, o que eu tenho colhido e o que eu espero colher. Não sei se a maioria destas sementes são boas ou ruins, mesmo que as intenções tivessem sido as melhores possíveis, por quantas vezes não as vemos de forma errada?
Será que as pessoas que convivem conosco têm as mesmas intenções que você? Não estou perguntando isso para plantar a dúvida, ou até mesmo o desconforto com o dia-a-dia. Mas por ter sido ingênua demais por algum tempo, hoje fico ressabiada com algumas coisas.
O amor que eu acreditava tomar as pessoas, a bondade nas atitudes, não existe em todas elas. Algumas até fazem apenas o que acham propicio para o ego delas, até mesmo para o status. Outras, fazem questão de nos tratar bem na frente de algumas pessoas, de outras, nos difamam e até nesse ponto, mostram quem realmente são.
Não quero duvidar das pessoas, pelo contrario, quero continuar acreditando nelas. O que eu quero realmente hoje, é ver o que mudou e o que ficou pra trás.
Sei que não deixei sentimentos pra trás, creio que apenas as prioridades mudaram. Mudaram comigo. Envelheceram comigo e se alternaram com o tempo.
Se eu for ver o que foi deixado, penso que deixei de me importar com aqueles que não se importam também. Mudar, eu mudei meu modo de pensar com relação a fazer esperando em troca. E envelhecer? Bom, isso é fato. Não achar graça em coisas que eu chorava de rir antes, ou, ver que algumas atitudes do passado, não valeram tanto à pena, ou melhor, não valeram tanto as lágrimas que derramei, isso, a meu ver é envelhecer, ou vamos dispor melhor, amadurecer. Significa, colher as maçãs que realmente farão diferença na fruteira. Aquelas que as pessoas ao vê-las, vão elogiar e terão vontade de saber onde você as comprou.
Envelhecer pode ser o tempo que passou, pode ser a felicidade trabalhada por anos que hoje, atinge seu ápice. Pode ser o cansaço, o tempo que foi jogado fora batalhando por algo que até o presente, não se conquistou. Também tem o corpo que não é o mesmo, mas a alma que só teve a rejuvenescer.
Quaisquer que seja o significado do tempo pra cada um, penso que ele traz grandes valias, lembranças e atitudes que empobrecem alguns e enriquecem outros. Ganhar, sempre que se diz de enriquecer, faz bem pro ego, pro equilíbrio e pra motivação interna. Ganhar sorrisos em um dia triste. Encontrar o amor, o melhor amigo e um abraço num só dia.
Empobrecer, dependendo da questão, também faz bem. Porque não? Perder “amigos” pode fazer bem, se for aquele que só é próximo por interesse material, ou aquele que não lembra das suas atitudes boas apenas das ruins. Perder quilos. Perder quilômetros de distância. Perder o costume de esperar.
Esperar, só se for à idealidade, o que podem nos oferecer com o coração e o que podemos plantar no delírio, na vontade e no prazer de continuar sendo, nós mesmos.

sexta-feira, 6 de maio de 2011

Esquecemos

Está ai uma palavra difícil, não que sua gramática seja o problema, a questão está no que ela realmente significa. Para algumas pessoas é tão fácil esquecer, entretanto, para outras é um caso muito raro.
Até onde o esquecimento vale à pena? Normalmente, preferimos esquecer coisas que nos fizeram mal, porém freqüentemente, é destas que nós fazemos questão de lembrar sempre, principalmente quando se trata de um novo mal, por exemplo, cometido pela mesma pessoa dos outros males. Se tivéssemos o dom de esquecer as coisas ruins, neste caso, valeria à pena. Valeria lembrar apenas dos sorrisos, dos suspiros, dos abraços apertados, dos conselhos propícios e até da saudade que logo foi apagada.
Esquecemos também de coisas essenciais, como o amor ao próximo, o respeito por ele principalmente. As pessoas acabam adquirindo a mania de construir conceitos a respeito do próximo, sem apreciar o que ele tem a oferecer e ensinar. Continuam insultando, impondo regras sem considerar as próprias. E com este caos, até onde irá esse esquecimento? Até matarmos uns aos outros? Porque citar a questão hierárquica está fora de cogitação logo que esta está na maioria das situações. Onde colocamos os nossos valores? Boa pergunta.
Mas a lembrança das coisas boas também não é muito vista. Um exemplo, quando as pessoas deixam de nos fazer favores ou até mesmo deixam de lembrar um pedido, o que nos vem à mente é exatamente o montante de negatividade. O quão ela já nos fez um mal ou deixou de nos servir.
Também tem a vontade de esquecer um amor passado ou não correspondido. Um trauma. Uma dor. O que precisávamos salientar todos os dias, seria a pergunta: O que me fará bem esquecer? E fazer questão dessa tarefa cumprida. Fazer valer todas as palavras benditas, os favores inesperados, os conselhos construtivos, as boas ideias, todas aquelas pessoas, sorrisos, abraços e olhares que fizeram de você, aquele dia, ganhar o “levantar da cama”. Porque pelo que parece, existe uma “sala do esquecimento” em cada um de nós e o que temos que cuidar, é de não esquecer onde colocamos a chave.

terça-feira, 3 de maio de 2011

Quem disse que amor é diferente de paixão?


Não que eu desacredite disso, até porque já vi alguns casais que namoram ou apenas ficam durante um pequeno período e não chegam a sentir amor, apenas paixão. A diferença? Bom, hoje vejo mais claramente qual a diferença entre os dois.

Quando se sente apenas paixão, o corpo, a mente e o coração pedem aquela pessoa durante o dia todo. Se suspira ao olhar para o relógio, ao lembrar de alguma coisa que o amado gosta, algum momento feliz que se passaram juntos, sorrimos sozinhos, choramos sozinhos e pensamos milhões de coisas que nunca foram ditas. Paixão faz o friozinho na barriga ser constante quando se está chegando a hora de se encontrarem, faz pensar se ele vai reparar no novo corte de cabelo, na nova maquiagem ou até mesmo na roupa nova que você comprou.

Já o amor, é algo maduro. Existe a preocupação se a pessoa amada dormiu bem, se ela se alimentou hoje, se a gripe do dia anterior já diminuiu. Existe o medo de amanhecer sem que ela esteja ao seu lado, medo de perdê-la sem que você tenha dito novamente e incansavelmente que a ama, existe a vontade de cuidar com as próprias mãos. Um beijo na testa vale mais do que aquele beijo ardente da paixão. Não que não faça parte, claro que faz, mas em primeiro lugar se vem o zelo, depois o tesão. Com amor, vale mais adormecer ouvindo o coração bater, dormindo de conchinha, do que aquela noite louca de transa sem se ver no outro dia. Amor te faz suspirar no ouvido da pessoa amada que a ama demais, mesmo que ela esteja dormindo e não esteja te ouvindo. Paixão, você faz questão que ela saiba de tal sentimento independente se faz cinco minutos que a disse.

No amor, a paixão é um estágio diário, ela não é renunciada, até porque amor sem paixão acaba adormecendo e morrendo, mas é sentida de acordo com o momento propício. Já na paixão, é tão recente e mais superficial que não se sente tão afundo, ao ponto de trocar um filme com o amado, a uma balada com o amado e amigos. Não, também não estou dizendo que quem sente amor não se diverte, quero apenas enfatizar a importância que se dá a tais momentos.

Acredito que o ponto certo, é ser um amante apaixonado. Amar tudo que lhe faz bem, tudo que lhe traz um certo prazer em sorrir, em agir, em pensar e claro, em sentir. Ser apaixonado por toda dedicação que se é dada e recebida. E claro, não ter medo de sempre se entregar, sempre fazer do seu máximo, o mínimo de hoje.

Enfim, o que eu espero é que os apaixonados façam questão de amadurecer esse sentimento, ao ponto de entenderem o quão sentir amor, faz bem a alma. Aos que já amam, espero que não abram mão em deixar a paixão ardente e acesa caminhando junto do amor. Aos que não fazem questão de se apaixonar , meus pêsames. Estes não sabem o que estão perdendo e quando se derem conta, pode ser tarde demais.